sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Descolonização Afro-Asiática e a revolta contra o Ocidente

               Olá caros leitores, preparados para mais uma viagem pela História Contemporânea? O tema dessa semana é Descolonização Afro-asiática, mas antes de embarcarmos nessa viagem. Você sabe o que é Descolonização? Descolonização é o processo pelo qual uma ou várias colônias adquirem ou recuperam a sua independência.


            O processo de descolonização Afro-asiática ganhou grande impulso após a Segunda Guerra Mundial, em parte devido ao declínio internacional de potências coloniais como a França e a Grã-Bretanha, em parte devido ao crescimento de movimentos de libertação nacional dentro das próprias colônias.
        Durante muito tempo, a soberania política foi um sonho para muitos dos povos localizados na África e na Ásia. Da segunda metade do século XIX até a década de 1950, vários povos estiveram subjugados às ditaduras politicas das ricas nações capitalistas. Mas com o passar do tempo, a expansão desse modelo econômico e a concorrência comercial viriam a colocar as chamadas nações imperialistas em guerra por cada precioso palmo dessas regiões durante as duas conhecidas guerras mundiais. 
           Após a Segunda Guerra Mundial, chega ao fim o período em que as principais potências econômicas do mundo buscavam assegurar seus interesses econômicos por meio da exploração de regiões africanas e asiáticas. Em linhas gerais, o enfraquecimento das nações europeias, agentes principais no processo de colonização de tais áreas, não permitia o uso dessa política, que depois de quase um século, foi responsável por conturbações e mortes em escalas nunca antes imaginadas.
           O abalo político e social após a Segunda Guerra Mundial se estabeleceu também nas regiões em processo de descolonização, pois o fim da guerra fria demarcava, na pratica, ó fim dos impérios coloniais. A partir de 1945, o ideal de independência dos povos colonizados transformou-se num fenômeno de massas, com o surgimento de vários países politicamente livres, que, no entanto mergulhou na dependência econômica, determinando o subdesenvolvimento, o terceiro-mundismo.


Alguns chefes de Estado e de Governo presentes na Conferência de Bandung jantando na Embaixada chinesa

           Conferência de Bandung foi a reunião de 27 países asiático e seis africanos em Bandung, na Indonésia, entre os dias 18 a 24 de Abril de 1955, com o objetivo de mapear o futuro de uma nova força política global, o Terceiro Mundo, visando a promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao que era considerado colonialismo ou neocolonialismo, por parte dos Estados Unidos, da União Soviética.
           A maioria dos países participantes da conferência de Bandung vinham da difícil experiência da colonização, experimentando o domínio econômico, político e social, sendo os habitantes locais submetidos à discriminação racial em sua própria terra, parte da política de domínio europeia.
                A Conferência de Bandung primou pelo pioneirismo em tratar de assuntos inéditos à época, como a influência negativa dos países ricos em relação aos pobres e a prática de racismo como crime. Foi proposta a ideia de criar um Tribunal da Descolonização, que julgaria os responsáveis pela prática deste crime contra a humanidade, responsabilizando também os países colonialistas, significando ajudar a reconstruir os estragos deixados pelos antigos colonos no passado. Tal ideia, porém, foi abafada pelos países centrais, ou seja, aqueles mais influentes no cenário internacional.
            Outra importante ideia saída desta conferência é a concepção de Terceiro Mundo, além dos princípios básicos dos países não alinhados, o que se traduz em uma postura diplomática geopolítica de equidistância das duas superpotências. Assim, a "inspiração" para a implementação do movimento dos não alinhados surge nesta conferência, sendo que sua fundação se dará na Conferência de Belgrado de 1961. 
               Todos os países declararam-se socialistas nesta reunião, mas deixando claro que não iriam se alinhar ou sofrer influência da União Soviética. Num momento em que EUA e URSS lutavam abertamente pela conquista de influência em todos os países, o maior desafio do movimento não alinhado era manter-se fortemente unido ante as pressões dos grandes. Ao invés da tradicional visão de americanos e soviéticos de um conflito Leste-Oeste, a visão que predominava em Bandung era a do conflito norte-sul, onde as potências localizadas mais ao norte industrializado oprimiam constantemente e inibiam o desenvolvimento daquelas nações localizadas mais ao sul, exportadoras de produtos primários.


Referências



Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/descolonizacao-afroasiatica.htm>. Acessado em: 20 Jan 2014.
Disponível em: <http://profeshumberto.blogspot.com.br/2011/10/resumo-para-prova-descolonizacao-afro_17.html>. Acessado em: 20 Jan 2014.
Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/a/b/C1FB6.jpg>. Acessado em: 20 Jan 2014.
Disponível em: <http://passapalavra.info/wp-content/uploads/2009/06/artigo-iv-8.jpg>. Acessado em: 20 Jan 2014

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